Dê um deadline para um jornalista e veja ele se descabelar para cumprir, dê um prazo para um brasileiro e veja ele usar de todo o tempo possível e ainda assim conseguir cumprir a tarefa no último segundo do último minuto acordado. Agora junta as duas coisas e vocês terão uma menina escrevendo na hora do almoço sobre um tema tão abrangente e lindo que fica difícil exprimir tudo o que penso em um post apenas! Hehehe
Bom, como não poderia ser diferente e para inaugurar com chave de ouro essa seção no blog dos lindos Maykon e Lari, escolhi o tema “Amizade em Cristo” para dividir com vocês alguns pensamentos e sentimentos hehe =D
Vou começar por uma questão básica que acho que quem tem amigos em Cristo vai concordar: é totalmente impossível viver sem eles. Fazemos parte deles e eles de nós a tal ponto que não nos imaginamos sem eles. Os meus amigos em Cristo foram aparecendo na minha vida aos poucos, ao longo de minha busca pessoal por Deus. São verdadeiras bênçãos, e, desconfio, enviados por Ele para me assegurar em minha fé.
Acho que todo mundo já passou por essa fase da vida em que começamos a buscar um sentido de viver, nos questionamos sobre a existência humana, sobre nossa missão no mundo, sobre a tristeza e a alegria, sobre a vida e a morte. Este último questionamento para mim é o mais importante, não apenas porque me encontrava nele quando começaram a surgir os amigos em Cristo, mas porque acredito que seja um dos maiores responsáveis pelo ateísmo e talvez desvio da fé.
Meu pai havia falecido e eu admito que estava um pouco perdida, descrente, quando um dia, em uma conversa na escola (no ginásio do Auxiliadora ^^) eu quis participar de um retiro, quis fazer algo e buscar o que estava faltando. Na verdade eu nem sabia direito o quê realmente estava faltando, mas eu posso te dizer sinceramente que lá eu encontrei! Não posso contar detalhes hehe (aquelas paradas de sigilo do encontro pra não estragar a surpresa sacas?), mas fiquei maravilhada com a vivacidade, com a alegria verdadeira, com as bobeiras tão engraçadas que aquelas pessoas faziam e me identifiquei.
Quis ser assim também, boba, alegre, feliz sem motivo aparente, exalar bondade e confiar nas pessoas. (Veja bem, uma das características marcantes de quem é de Deus, que você pode ver nos olhos da pessoa, além da bondade, é a confiabilidade!). Naquele dia sonhei com uma chama sendo acesa, que interpreto como a minha fé sendo reavivada, e de lá pra cá, nesses seis anos em que estou na Igreja, Deus me apresentou milhões de amigos verdadeiros.
É, as pessoas gostam de falar que amigos verdadeiros são aqueles que contamos nos dedos. Pra eles ó: =P Puff balela!!! Com Cristo eu tenho pelo menos uns 30 amigos nos quais sei que posso confiar, que estiveram presentes em momentos marcantes da minha vida, estiveram no desespero do tcc, na busca por um estágio, na minha formatura, nas loucuras dos estudos pros concursos, e presenciaram e comemoraram comigo a última conquista, meu sonhado carro hehe.
Assim, não que não possamos encontrar grandes amigos fora da Igreja, encontramos sim pessoas maravilhosas que também nos levam pra frente e nos amam. Mas os amigos em Cristo são um pouquinho diferentes!
A gente é bobo junto; ri junto; briga junto; discute questões importantes da Bíblia; discute condutas pessoais de vida; toma decisões sobre ações conjuntas como visitas aos dependentes em recuperação, ou ao asilo; compartilha pensamentos e opiniões sobre as coisas da Igreja; sai junto; se encontra na balada; dança até cansar, numa alegria que a gente sabe que não vem de fora, de bebidas ou drogas; se encontra na missa e dá aquele abraço apertado de paz, aquele que a gente sente com o coração que o desejo de paz é verdadeiro; a gente fica de bobeira depois da missa na frente da Igreja pra ver se rola sair pra comer; a gente sai e faz bagunça nas lanchonetes, confusão na cabeça dos garçons, divide cocas, e tenta ensinar o caixa a fazer as contas e dividir direito o que cada um consumiu; a gente vai ao parque fazer guerra de bexiga d’água; a gente vai às procissões da Igreja correndo e dançando, e mesmo gritando nas ruas; a gente sai nas carreatas com os braços pra fora do carro cantando “Vem Dom Bosco sonhador”, mesmo que não tenha música; a gente se reúne para rezar o terço; a gente marca pelo twitter e vai jogar basquete num feriado; a gente vai às casas uns dos outros para comer pipoca e assistir filme, ou seriado japonês; a gente acorda cedo e vai pro salão da Igreja arrumar as coisas mais bregas do mundo, ou mais caipiras, praquela festa que estamos preparando há mais de um mês; a gente viaja pro PHN, Hallel, outros retiros, e faz a maior bagunça no ônibus, na pousada, onde for; a gente vai acampar sem barraca e fica acordado até altas horas rindo; a gente ensaia teatros, músicas, deixa os dons artísticos aflorarem e até nos desinibirem; a gente trabalha pra caramba pra trazer mais jovens pra Igreja; a gente participa das missas lendo, tocando, cantando, servindo, levando o pão e o vinho ao altar ou mesmo assistindo às celebrações e sentindo orgulho daqueles que trabalham.
A gente se sente e faz parte de uma comunidade linda, de pessoas que realmente participam da vida umas das outras nos momentos bons e ruins. Minhas memórias mais marcantes de vida foram na Igreja, com os amigos da Igreja. Acho que nem preciso dizer que os amigos em cristo são verdadeiros irmãos, tão chegados que não precisamos de muitas palavras para descrever, que não precisamos nos preocupar em ser nós mesmos, em falar algo errado, em sermos incompreendidos.
Os amigos em Cristo, como já falei, são as formas com que Deus tem me afirmado em minha fé. Não sou santa, nem tenho aqueeeeela fé maior do mundo, ela às vezes se abala. Mas quando estes momentos vêm, eu tenho os meus amigos em Cristo para me dar apoio, me proporcionar aquele toque de Deus em minha vida, aquele sopro de sabedoria necessário para que eu não me esqueça que Ele me ama e está aqui comigo sempre.