A origem da Páscoa

Hoje o feriado tem grande repercussão mundial e principalmente econômica. Chocolates e doces tem vendas garantidas nessa época do ano, mas para nós cristãos não é só do coelhinho que recordamos.

Do hebraico pessach, a palavra páscoa quer dizer passagem. Para os católicos e demais cristãos a passagem da morte para a vida plena; para os nossos originários judeus relembra a passagem da escravidão para a libertação; e para outros refere-se a passagem para a primavera, da seca do inverno à fertilidade.

Como conta o livro do Êxodo, os hebreus eram escravos do Egito, após a vinda de Moisés, enviado de Deus e conduzido por Ele, o povo teve sua liberdade de 40 anos de escravidão. Em Êxodo 12, 14 Deus fala ao povo “Conservareis a memória daquele dia, celebrando com uma festa em honra de Adonai: fazei isto de geração em geração, pois é uma instituição perpétua”. Desde então os judeus passaram a comemorar a 'pessach', em oito dias de festa.

Próximo a data desta celebração, confirmou-se o que diziam as antigas escrituras dos profetas, “Ele será chamado o filho do Homem, enviado dos céus, será ferido por causa das nossas transgressões, moído por nossas iniqüidades, crucificado, mas há de ressuscitar no terceiro dia”. Conforme a doutrina Cristã, Jesus que quer dizer “auxilio de Deus”, foi enviado para pregar um mundo novo, de paz. Renovou os ensinamentos e tradições falando de humildade. Foi condenado a morte, e crucificado na Sexta-feira Santa. No domingo, deixou o sepulcro vazio e não esteve mais entre os mortos, ressuscitou para a vida eterna. Assim, os católicos celebram a páscoa como a passagem da morte para a vida.

Mesmo depois da instituição do Catolicismo, muitos pagãos e outras religiões permaneceram. Os pagãos europeus comemoravam por volta da mesma data da páscoa judaica e da páscoa católica, a sua páscoa, ou seja a sua passagem do inverno para a primavera. Cultuavam Ostera ou Esther, a deusa da primavera. Na sua imagem ela segura um ovo em sua mão – ovo representa o sol – e aponta para uma lebre que representa a fertilidade. São símbolos da chegada da nova vida.

Para a pregação da fé católica de uma forma menos agressiva os missionários relacionavam a quaresma – período de quarenta dias que simbolizam o tempo que Jesus esteve no deserto em completa oração e entrega para o que estava por vir – ao inverno seco e rigoroso, e a primavera era relacionada a ressurreição. Também adotaram os ovos e o coelho simbolizando a vida nova.

Atualmente nós católicos vivemos os tempos litúrgicos como a quaresma e a páscoa lembrando daquilo que Jesus passou e aplicamos a nossa realidade. Nos colocamos em oração, jejum por quarenta dias, reconhecemos nossos erros e na busca de sermos melhores dali em diante celebramos a Páscoa do Senhor.